sábado, 31 de julho de 2010

Horizonte


Uma simples frase, uma lembrança,
Uma letra, uma canção...
O poeta chora as mágoas,
Mesmo sem ter intenção.
As palavras vêm surgindo
E pintam a tela da emoção.

Um quarto vazio, a cama arrumada
E a doença do mundo: solidão.
O poeta quer se livrar - não consegue!
Em sua cabeça: confusão.
Já não quer pensar em nada;
Precisa seguir sua estrada.

Logo à frente um horizonte
Que precisa ser pintado
Não sabe quando, nem onde,
Com que cores, que traçado...
Se o poeta tem que amar,
Também precisa ser amado.

Felipe Fonseca
Belém-PA, 31 de julho de 2010.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Explicação


Diz-me o que é a vida e pra que o viver.
Onde a lógica do mundo se encontra?
Mostra-me o que é a morte e o que é o nascer,
Explicações que o homem há muito sonda.

Qual o móvel secreto das paixões?
E o verdadeiro amor, o que ele é
Que pode fazer mal aos corações?
De que serve esta vida sem ter fé?

Perguntas infindas terei, ao certo.
A vida é um oásis também deserto!
E não há manual a se seguir...

Melhor é conformar-se à ignorância,
Que a certeza do homem é só a ânsia
E a incerteza eterna do porvir.

Felipe Fonseca
Belém-PA, 28 de julho de 2010.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Dúvida


Surge um sentimento:
Sentimento obscuro.
Burocraticamente nascido
Do improvável
Absurdo.
Semblantes disfarçados
Num desatento mundo.
Bocas que desejam,
Olhares que revelam
Fantasias insólitas...
O mundo em desatino.
Roda o pensamento,
Sopra o vento
Aqui dentro
Um sonho
Um alento
Uma canção.
Dúvidas que emergem
De um instável presente,
Improvável futuro:
Silêncio eloqüente
Que martela o coração.

Felipe Fonseca
Belém-PA, 20 de julho de 2010

sábado, 17 de julho de 2010

Flores


Em um dia de sol e de calor,
Andando p’las areias, lentamente,
Com a graça e a beleza de uma flor
Apareceste, inesperadamente.

Faltou-me o chão ao enxergar-te assim:
Visão tão pura, inebriante e bela!
Um misto de lírio, rosa e jasmim,
Eras a própria primavera em tela.

Renasceu, dentro em mim, de novo o amor,
No momento em que eu menos esperava.
Por teus carinhos livrei-me da dor...

E quão bela é a serenata que escuto,
Que sigo em frente, alegre e resoluto,
Esquecido da mulher que eu amava.


Felipe Fonseca
Belém-PA, 17 de julho de 2010.