segunda-feira, 7 de junho de 2010

Festa


Solidão em meio à multidão.
Barulho de conversas cruzadas, calor humano.
Clima equatorial, latinidade à flor da pele.
Corpos que dançam, se encaram e se enroscam num balé sensual.
Lá fora, um lindo céu negro e laranja
Marca a despedida de mais um dia de sol.
Penetro em outra realidade. Não ouço o som. Não vejo as pessoas.
Somente aquele céu cada vez menos laranja, cada vez mais negro.
E a estrela que brilha mais forte e mais perto a cada minuto vira a “Senhora da Noite”.
Vem uma sensação de perda e vazio.
Mas aquela estrela me diz, silenciosamente,
Que o sol brilha novamente a cada manhã.
Essa realidade é tão óbvia que as pessoas deixam de percebê-la.
Ninguém ma mostrou tão bem quanto tu, “Senhora da Noite”, estrela da festa.
Vai e revela teus segredos a outros.
Quantos aqui não estão também sozinhos em meio à multidão?

Felipe Fonseca
Belém-PA, 07 de junho de 2010.

Um comentário:

Angelita Francis disse...

Por mais sozinho que se esteja em meio a multidão
temos o som, a dança e o céu...
E sabemos que apesar de tudo temos um novo dia pela frente.
Tá começando a vir prosa!
Adorei.